Toy Story 3


Lembro-me bem de quando vi Toy Story pela primeira vez. Tinha por volta de 10 anos e tudo aquilo era quase inacreditável. Era algo incrível ver um desenho feito totalmente em computador, fugindo das convencionais animações 2D.

Desde então, a tal Pixar tem cada vez mais nos surpreendido com animações cada vez mais bem feitas, e histórias de cair o queixo. Atualmente o nome Pixar não é mais só uma empresa de animações, e sim de cinema-arte. Roteiros como os de Monstros S/A, UP e Wall-E e são de deixar muitos filmes consagrados no chinelo, e esse Toy Story 3 não é diferente.

Desde o começo, a “brincadeira” de Andy é emocionante. O resgate, os “diálogos” entre os personagens, e a criatividade de Andy em criar “funções” para os brinquedos, como Slinky, o cão com campo magnético, nos remetem aos filmes anteriores, já preparando o clima de nostalgia que está por vir.

Simples e belo, o roteiro vai se desenrolando de uma forma bastante natural. Após os flashbacks da infância de Andy, mostrando todo o amor que ele tem pelos brinquedos, nos vemos 15 anos depois, com um Andy já adolescente, prestes a ir para a faculdade, enquanto seus brinquedos aguardam ansiosamente por mais um pouco de atenção, o que fica evidente quando Rex diz eufórico que “ele pegou em mim”.

Como sempre, Woody é o "cérebro" do “time”. Aquele que pensa sempre no seu dono, e tenta convencer todos a fazer o mesmo, mesmo sabendo que provavelmente irão passar o resto de seus dias no sótão. Mas como de costume, os outros brinquedos, talvez por ciúmes de seu dono sempre preferir Woody, nunca o ouvem. E é aí que começa a grande aventura.

Por engano todos vão parar na lixeira, e para fugir desse trágico fim, resolvem “se doar” para a creche Sunnyside, em busca de dias melhores. Contra sua escolha, Woody vai junto, porém consegue “escapar” e acaba sendo encontrado por Boonie, uma das personagens mais doces e simpáticas já criadas pela Pixar.

Enquanto isso, deslumbrados pelas maravilhas de Sunnyside, e liderados por Lotso, um urso de pelúcia bastante simpático, os outros brinquedos entram num pesadelo que parece não ter fim.

A partir disso, outros personagens menores roubam a cena, como o casal Barbie e Ken, com piadas excelentes sobre a “metrosexualidade” do mesmo, e um Sr. Cabeça de Batata versátil e heróico. Por fim, vemos um Buzz Lightyear autoritário, para pouco depois se tornar um hilário Don Juan. (O Rex não conta, ele é sempre um caso à parte).

Após muitas reviravoltas durante o filme, a Pixar consegue mais uma vez encantar a ponto de arrancar lágrimas. Depois daquela fantástica cena de UP, contando a vida do casal Fredericksen, parecia impossível uma animação conseguir tamanha dramaticidade. Porém, o que se vê nos 15 minutos finais de Toy Story 3 é de uma delicadeza poucas vezes vista no cinema.

Enfim, o filme fecha de forma brilhante esse ciclo. Após 15 anos e 3 filmes, Andy, Woody, Buzz e companhia ainda encantam e emocionam, como poucos personagens na história do cinema.

Resta torcer que a arte seja superior ao dinheiro, e a Disney/Pixar resolva não fazer mais continuações. Assim como em UP e Monstros S/A, certas histórias merecem ficar com seus finais não revelados.

E que nossa imaginação cuide do resto, assim como cuidava de Andy e seus brinquedos.

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